Porcelana

04-05-2020

Já bebi canja por chávenas,
há chávenas que aturam tudo:
gelo, quentura, pires sujos,
vitrinas, pevides, gripes,
lágrimas, baba em canudo,
tudo,
à espera do dia-não
em que nos caiam ao chão.

Violeta Figueiredo (n. 1947)

Autora de poesia e escritora, várias vezes distinguida, de literatura para a infância e a juventude. Alguns títulos nesta área: Mistérios em Tempo de Aulas, 1991; Fala Bicho, 1992; O Gato do Pêlo em Pé, 1997; Portas, 2008; Portões, 2008. A sua poesia pode ser lida em https://violetafigueiredo.blogspot.com/ e noutros blogues.

Publicado em 3-5-2020.

A chávena de chá (1898) de Columbano Bordalo Pinheiro

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