Três poemas
11-11-2020
outonocomo a tantas outras árvores
ficam os ramos despidos
com os frutos pendentes
e redondos
como a tantas outras árvores
ao diospireiro caem as folhas
ficam os ramos despidos
com os frutos pendentes
e redondos
pingando mel
sol de outono
declina maduro
gota a gota
cai levemente
inclina-se na tarde
junto dos ramos
perfumados das videiras
mulher-bonsai
em sapatos pequenos
cresce
com os pés apertados
as raízes podadas
Manuel Silva-Terra (n. 1955)
Poeta, tradutor, editor. Últimos títulos publicados: Canto Chão, 2016; Ser Casa, 2017; Medula, 2019. Publicado em 10-11-2020.

Outono de José Malhoa (1918)